domingo, 24 de outubro de 2010

Página em Branco




O maior dilema do escritor é a página em branco
O momento que antecipa a produção é uma eternidade
A dúvida domina a mente do artista
E o alívio só chega quando a ideia dá o ar da graça
Quando finalmente o texto cria corpo

Ah, criação, por onde andas? Pergunta o escritor
Mal sabe ele que a ideia já estava pronta,
A criação estava latente, aguardando o sinal verde
Só faltava uma pequena faísca de inspiração acender,
E então dominar o artista

A inspiração acontece quando a alma assume a mente
Quando a inteligência é guiada pela emoção
Quando os textos adquirem mais vida e intensidade
Deixam de ser normais e tomam formas esculturais
A emoção torna-se protagonista e o texto vira uma obra


Karina Monteiro

Madrugada


Nesta madrugada as horas não passam, o dia não acorda, ninguém nos vê

Andamos de carro nessa escuridão envolvente, apenas as estrelas nos observam

Passamos pelas ruas vazias, avistamos a cidade tranquila

Então viajamos nos sonhos que temos da vida, ou mesmo além dela


Somos passageiros ... dessa vida, dessa via, dessa virada

Somos almas confusas nesse labirinto de sensações, lembranças e emoções

Buscamos o caminho de volta a nós mesmos nessa madrugada

Será que iremos encontrar?


Quero viver intensamente esses momentos

Sentir o vento no rosto, o sereno da noite, o arrepio no corpo

E guardar todas as lembranças comigo

Guardar um abraço, uma viagem e alguns segredos


Sou sua passageira, companheira de viagem

Por isso me acompanhe nesta madrugada

E quando o dia amanhecer que novas esperanças nos envolvam

Já com a expectativa de novas madrugadas e novas revelações


Karina Monteiro

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Vamos voltar à brincadeira ...

Amigos, o blog retorna às suas atividades ...
Estava com fome e sede de escrita e agora matarei minhas vontades ... com vocês um novo texto:

A Cura
*Texto de Karina Monteiro

Procurei em diversas leituras o meu conhecimento interior e a minha verdadeira paz. Porém, por ironia do destino, quando reencontrei a escrita, eu achei tudo isso. Escrever me devolve o rumo, me alivia a alma, me dá prazer.

Gostaria de experimentar doses de inspirações diárias, em forma de pílulas poéticas, gotas de reflexões, injeções de conteúdos literários ou doses de conversas inspiradoras. Creio, que assim, teria saúde mental, espiritual e poética para escrever dias, noites, madrugadas ... sem ver passar o tempo, sem escutar o barulho da rua, sem ter medo de nada, sem me preocupar com o amanhã.

Apenas escreveria e deixaria que a vida me levasse em direção de cada rima, cada letra, cada inspiração. Quero viver das letras, quero compartilhar minhas emoções com elas. Não me tirem a inspiração de escrever. Estava morrendo aos poucos sem perceber, eram elas ... as letras que faltavam em minha vida. Estou medicada pois suas doses diárias voltaram. Pretendo me viciar cada vez mais pelas letras , afinal a paixão por escrever é uma doença boa.

Todo vício tem sua dor e sua delícia. A dor: ficar muito tempo sem escrever e perceber um grande vazio interior. A delícia: viver minha vida para deleitar-me disso. Quero adocicar a vida a partir das minhas doces letras. A vida amarga foi embora. Minhas letras estão aqui e mudarão tudo isso.

O remédio que me cura, o mel que me adoça. A escrita significa tudo isso pra mim. Agora estou mais viva, mais completa. Esse prazer me fez renascer e agora não quero parar mais de desfrutar esses momentos. Quero que as letras sintam-se em casa novamente, dominem meus pensamentos, inspirem meus versos, conduzam minhas mãos no papel. Enfim, que elas fiquem comigo pra sempre!